quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Diário entrevista sensei José Carlos Soares

Reproduzimos aqui a matéria do jornal O Diário que trata de atividades físicas para crianças e jovens com destaque especial para o professor da ACJ José Carlos Soares (Meio Kilo) que fala sobre o Judô. Confira na íntegra a matéria da jornalista Angélica Vellemem.

Energia em ação

Conter a energia excessiva dos baixinhos é tarefa difícil para os pais, mas nada que uma atividade física não dê jeito. Preocupados ainda em combater o tempo ocioso deles e educá-los através da disciplina do esporte, os pais cada vez mais optam em ocupá-los com atividades saudáveis. A rotina das tarefas da escola e outros compromissos diários se tornam mais prazerosos quando tomam conhecimento de que irão se exercitar, seja no início ou final do dia.

É o caso de Nicole Brasileiro de Faria Cordeiro. Praticante da natação há dois anos e da capoeira, há um ano e meio, a menina de cinco anos, segundo a mãe Elza Brasileiro, está mais disciplinada com a prática dos esportes.

“Coloquei ela na natação, aos 3 anos, por prevenção, já que tenho piscina em casa. No início, a empolgação era maior, hoje leva as aulas de natação mais na brincadeira. Já com a capoeira é diferente. No dia de aula, se passo um pouco do horário de pegá-la na escola, fica nervosa, achando que está atrasada pra aula. A capoeira trouxe mais disciplina e compromisso”, explica ao lembrar que as atividades servem para Nicole gastar energia.

De acordo com a psicóloga Ana Gabriela Pereira, a prática do esporte na vida de uma criança é muito importante. “O esporte é indicado, em especial, para as crianças hiper ativas, muito agitadas. Além de ocupar o tempo ocioso, elas aprendem o esporte, passam a ter mais disciplina, e é importante para a convivência com outras crianças”, explica.


Artes marciais são alternativas


Entre uma das práticas mais procuradas pelos pais está o judô. Esporte praticado como arte marcial que tem como um dos principais objetivos fortalecer o físico, a mente e o espírito de forma integrada, atrai a garotada, que aproveita as horas de aula para extravasar toda energia e aprender as técnicas da luta japonesa.

Professor de judô há 46 anos, José Carlos Soares, mais conhecido entre a turma como Meio Quilo, conta que a cada dia a procura pelo esporte aumenta. Hoje são 50 alunos, mas, segundo ele, o número aumenta, consideravelmente, com o passar dos meses. O professor, que conheceu o judô através de um amigo quando tinha 13 anos, se apaixonou pela prática e a partir daí não parou mais.

“Trabalhamos, em primeiro lugar, com a disciplina. Os alunos, em especial os menores de 13 anos, só são graduados, só trocam de faixa, de acordo com o comportamento no tatame e em casa. Acompanho a vida do aluno, procuro saber do seu comportamento fora da aula também”, explica.

Conhecido entre os freqüentadores das aulas como um professor exigente e durão e que, ainda, proibiu a prática da luta fora do tatame, ele ressalta que o judô interfere positivamente na vida do atleta na escola, na alimentação, no respeito com as pessoas mais velhas e com os pais. “A melhora do aluno como atleta e ser humano é visível. Ensino que o judô deve ser praticado apenas no tatame, que é um lugar sagrado, e não na rua”, ressalta, ao explicar que o esporte não é caro, mas a falta de incentivo e ajuda para participar das competições é um empecilho para evolução do esporte na cidade.

Praticante do judô há pouco mais de um mês, Gustavo de Campos Pereira, 7 anos, é um menino enérgico. Esperto e serelepe, para acompanhar sua energia tem que ter disposição. Mas, segundo Meio Quilo, com o tempo e com a prática do esporte, o comportamento vai mudando. “Com a maioria das crianças, as mudanças são visíveis logo no início das aulas”, completa ao lembrar com orgulho que hoje dá aulas para filhos de alunos.
Nos dia de aulas, segunda, quarta e sexta-feira, Gustavo conta, que além de conhecer as técnicas do judô, coloca toda energia pra fora.

“É muito bom. Estou aprendendo o judô e já fiz várias amizades”, conta.

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